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food alert – maiz, diego guerrero, dstage: when dessert steals the show | quando um falso milho doce rouba a cena


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Maiz 2

Very often, but specially when you are having a 20 course dinner conducted by two Michelin starred chefs — like the one I had recently at LOCO in Lisbon, with Portuguese Alexandre Silva and his team hosting Basque Diego Guerrero from DSTAgE (Madrid) —, desserts come last when your appetite is already gone. Or, also quite common too, they just are not up to the challenge — after all, standing out in a crowd is not a piece of cake.

Sometimes, though, magic happens when you least expect it — and by that, don’t get me wrong: fine dining is never boring or predictable when you have chefs like Alexandre Silva or Diego Guerrero cooking for you, creative and experimental as they are. That said, I must say that Maiz, a signature dessert created by Diego at DSTAge, stole the show and will last in memory. It’s a fake corn (actually, it’s a sort of sweet-sour-spicy meringue ice cream) that one eats— enjoying very bit of it and praying for more! — after rolling it around cotton candy (not so sweet and the lime zests make all the difference). Last but not least the ensemble is dipped in a sticky citric yellow sauce.

No spoons. No forks. No knives. Only your bare hands — but try not to lick your fingers in the end (if you can ;))


Não raras vezes, mas sobretudo quando se está a ter um banquete de 20 momentos conduzido por dois chefs estrelados — como o que tive recentemente no LOCO, em Lisboa, em que Alexandre Silva e a sua equipa receberam o basco Diego Guerrero, do DSTAge (Madrid), para um jantar único a quatro mãos —, as sobremesas chegam tarde, quando o apetite já se foi. Isso ou então, também muito frequente, elas simplesmente não conseguem sobressair no todo.

Felizmente, porque adoro ser surpreendido pela posiitiva, às vezes dá-se a magia quando menos se espera — sem qualquer sentido pejorativo; é muito difícil acharmos aborrecido ou, vá lá, previsível qualquer coisa que saia das mãos (e da cabeça) quer do Alexandre quer do Diego, ou não fossem eles adeptos de uma cozinha altamente criativa e experimental.

Mas, escrevia eu, desta vez o que realmente me deixou a pensar, e vai por isso perdurar na minha memória, foi a sobremesa Milho criada por Diego para o DSTAge e que, desde então, se converteu num cartão de visita deste restaurante madrileno com duas estrelas Michelin. Trata-se, na verdade, de um milho falso (é uma espécie de merengue gelado ao mesmo tempo agridoce e ligeiramente picante) para ser comido — ou devorado, se bem que é tão bom que não queremos que acabe! — à mão depois de o enrolarmos em algodão doce (isso mesmo, um algodão doce menos açucarado que leva, inclusive, raspas de casca de lima) como se fosse um taco. Por último, e sempre sem recorrer a talheres, vai sendo passado, a cada dentada, por um molho espesso e cítrico.

De comer e lamber os beiços, literalmente — seria feio lamber os dedos (a menos que ninguém veja).

 

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