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espaço espelho d’água: waterproof haven | faça chuva ou faça sol


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The best thing about Fall and Winter in Lisbon is that “after the storm there is a calm” is still something we can rely on. So no matter how much it rains and how cranky we are just as long as the sun goes out again— oh yeah, bad weather usually gets on our nerves.

In part, this collective state of mind explains why, for instance, I’m not very upset by the fact that I just came to know about Espaço Espelho d’Água (EEA) last month, at the end of the Summer season. Let me rephrase it: as a former night club in the 1990’s or even as a Chinese restaurant this place was no stranger to me but, to be honest, I kept my distance.

Those days, my friends, are over. The location has always been great, literally on the waterfront, in Belém, surrounded by a water mirror lake that seems to merge into the river. However, never before the view was that crystal clear  — inside, seated next to a window, or outside, having a meal al fresco and/or siping cocktails on a stripped deck chair, you will be snatched up by the Tagus river panorama between North and South banks.

For the very first time in many years, this pavilion built in 1940 to be used as a cafeteria during a major exhibition promoted by Salazar to celebrate Estado Novo (New State, 1933-1974) and the Portuguese Overseas Empire is living up to the expectations thanks to Mona Camargo and Mário Almeida, the new owners. She comes from Brazil, he is a Portuguese descent from Angola and they threw their wedding reception here, after the renewal.

EEA is a restaurant, a bar, an art gallery (also perfect for pocket shows), a shop and an artist-in-residence. Every time I come here I feel overwhelmed by the light (apart from the large windows there is a glassing ceiling over the bar), the open-space structure and visual elements as the vertical garden, the Sol Hewitt‘s wall mural (undercover for the past decades, they have brought it to daylight), the candy-eye dessert trolleys or the entry pavement inspired by the artwork of Yonamine (Angola). Not to mention the giant sculptures floating above the water mirror (not really, but it’s a kind of magic anyway).

Last but not least, food and cocktails are also a big plus  — and we all know a few cool multi-purpose venues serving lousy food, don’t we?  — what a relief. Restaurant and cafeteria have separate lists, but you can chose whatever you feel like at your best convenience from finger food to more substancial dishes as different cuts of meat (Brazilian style barbecue) or their own version of seafood moqueca (a Brazilian stew). And in case you are wondering why Brazil is such an influence at EEA, the menu was developed by Ana Soares, a well known Sao Paulo based buffet chef.

Now I can say it: definitely one of my happy places in town. For better for worse [weather].

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Uma das coisas boas de passar o outono e o inverno em Lisboa é, por muito que chova ou faça frio, continuarmos a poder contar com a velha máxima “depois da tempestade vem a bonança“. A certeza de que haverá sempre dias de Sol pelo meio ajuda-nos a ultrapassar a neura de não viver uma eterna primavera — é facto: o mau tempo prolongado tira-nos do sério.

Este estado de ânimo coletivo, com o qual me identifico, explica em parte o porquê de não estar frustrado em relação ao Espaço Espelho d´Água (EEA), que só vim a descobrir tardiamente, já o verão estava praticamente de saída. O que é uma pena, mas não é o fim do mundo.

Passo a explicar. Ancorado em Belém sobre um imenso espelho de água que se funde, na linha do horizonte próximo, com o Tejo, este espaço, que esteve para ser um museu, nunca cumpriu inteiramente, enquanto clube privado ou até restaurante chinês, a sua vocação. E isso manteve-me, a mim e a outros lisboetas, à distância. Sobretudo nos últimos anos.

Redescobri-o, como comecei por dizer, recentemente e a empatia não poderia ter sido maior. O potencial não é de hoje, admito, mas nunca como agora esteve tão bem aproveitado e a vista, estejamos dentro ou fora, foi tão retumbante: nos dias mais cristalinos, o olhar perde-se entre as duas margens do rio. O deck exterior, com mesas e cadeiras de descanso às riscas, resulta melhor na estação quente, mas é chegada a hora de tirarmos mais proveito das nossas esplanadas e terraços durante o resto do ano — assim o tempo o permita.

Esta reviravolta no EEA tem vindo a acontecer desde o final de 2014, altura em que o casal Mona Camargo (brasileira) e Mário Almeida (angolano filho de pai português), os atuais proprietários, entrou em cena. A sua preocupação, desde o início, foi a de resgatar o pavilhão (construído em 1940, a mando de Salazar, para servir de cafetaria à exposição Mundo Português), recuperando o melhor das intervenções anteriores e deitando abaixo o que não interessava.

Desde a primeira vez, gosto da amplitude conquistada e da luz. Destaco em seguida o jardim vertical, com 60 espécies junto ao bar, a pintura mural da década de 1960 do norte-americano Sol Hewitt, que esteve escondida por décadas, a calçada à entrada, com traçado inspirado na obra do angolano Yonamine, ou ainda os seis carrinhos de hotel coloridos espalhados pelos diversos ambientes.  Ah, e as esculturas gigantes, óbvio, colocadas estrategicamente para criar a ilusão de que estão a flutuar no espelho de água.

Outra coisa que me cativou desde logo foi o facto de a entrada se fazer pela galeria de arte, que também pode acolher um pocket show, deixando claro, sem intimidar, que este é um restaurante-cafetaria onde as artes, e os diferentes artistas (foram mantidos quatro quartos para residências artísticas), têm lugar e vez.

Por último, mas o mais importante, a comida — porque de espaços multiusos cools que servem má comida estamos todos fartos.  O cardápio, com influência do mundo, foi entregue à chef brasileira Ana Soares, que mantém em São Paulo o conhecido serviço de buffet Mesa III, e aqui teve o cuidado de criar opções mais informais para a zona de cafetaria e esplanada e outras mais substanciais para o restaurante. Transversal a toda a carta, e à forma de estar descontraída, é a de ideia de poder escolher entre propostas que vão de pastéis, rissóis e coxinhas ou até um ceviche muito fresco de bacalhau nas entradas a vários cortes de carne que se desmancham na boca ou pratos emblemáticos, mas com toque pessoal, como a moqueca de peixe e camarão. Nas sobremesas, o bolo de rolo e a versão da casa do Romeu e Julieta (queijo e goiabada) só perdem para a vista.

Uma das melhores de Lisboa e arredores, reafirmo. Faça chuva ou faça sol.

 

Words and photos by jms | © 2015. All rights reserved

 

Espaço Espelho d’Água | Portugal, Avenida de Brasília, Edifício Espelho de Água, Belém (Lisboa). Monday to Sunday, from 11.00 a.m. to 00.00 a.m.


jms is wearing Carolina Herrera (jacket), COS (t-shirt), H&M (trousers), Adidas Stan Smith (sneakers) and Rayban (sunglasses)

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