Paris vs New York, based on visual clues that distinguish both cultures, is one of my favorite coffee table books and it was my first contact with the graphic work of the French artist Vahram Muratyan.
This best-seller was released in 2011 (already!) and since then Muratyan has kept a website where we can order a few selected prints from it. Nevertheless I must confess that I had lost track of him. Until now.
Smythson, the British manufacturer of luxury stationery and the name behind the creation of the first portable and featherweight diary in 1908, has assigned a brand new line of notebooks and stationery to Muratyan.
Vibrant colors and compact size are, as usual, true to the traditions of Smythson’s trademark, but the singularity of this collection, that relies almost exclusively on text — there is a certain noblesse in the pursuit of a resurgence in hand-written notes and correspondence, don’t you agree? —, is in the French figures of speech familiar to Anglophones – as dejà vu, je ne sais quoi, touché or bon voyage — used as punchlines for the notebooks and in timelines — as try to be on time, I might be late, give me just one minute or queen of postponing — for the stationery. All according to Muratyan’s style (i.e. retro lettering and the black beady-eyed bespectacled icons), of course
As mentors, they are quite aware that people like me will feel tempted to save them for later instead of taking notes and sharing messages, but extremely beautiful things come with a price — and a doubt: to use it or not to use it.
Paris vs. New York, que nos faz tomar consciência das diferenças de estilos de vida nas duas cidades através de ilustrações, é um dos meus “livros de sala” (continuo à procura de uma palavra em português que seja tão certeira como a designação coffee table books) e foi através dele que tomei contacto pela primeira vez com o trabalho do designer gráfico francês Vahram Muratyan.
O livro, que se tornou um best-seller, data já de 2011 (!) e apesar de vir acompanhado de um site, onde o designer mantém à venda algumas das ilustrações retiradas da obra, confesso que, desde então, nunca mais soube nada de novo em que tivesse envolvido. Até agora.
A novidade chega pela mão da Smythson, a marca britânica sinónimo de artigos de couro de luxo como agendas (afinal foram eles que lançaram, em 1908, o primeiro diário ultraleve e portátil), que incumbiu Muratyan de desenvolver uma linha de blocos de notas e bilhetes personalizados.
A imagem registada da Smythson está lá, e nem de outra forma poderia ser, nas capas, folhas e envelopes de cores vibrantes e no formato compacto, mas a singularidade desta coleção, assente na escrita — não deixa de haver uma certa nobreza na intenção de nos fazer querer voltar escrever à mão, não acham? —, está no uso de títulos que nos remetem para chavões franceses familiares — como dejà vu, je ne sais quoi, touché ou bon voyage, isto no caso dos blocos — ou de missivas alusivas ao tempo — como try to be on time, I might be late, give me just one minute ou queen of postponing, no caso dos bilhetes. Nuns e noutros, o estilo de Muratyan faz-se presente através do lettering mais retro e do ícone, estampado nas capas dos blocos, que se tornou uma espécie de seu avatar (dois olhos míopes atrás de uns grandes óculos).
A marca e o criador têm plena consciência de que muitas pessoas, como eu, vão sentir-se tentadas a comprá-los não tanto a pensar na sua função, mas pelo facto de serem irresistíveis enquanto objetos colecionáveis. Mas não é este o preço a pagar por tantas outras coisas bonitas — ficarem guardadas em vez de serem usadas?
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