Let’s be honest: crowds don’t usually get too excited with documentaries. Somehow Dior and I, released early this year, is different. Praised by style gurus and highly rated by critics, this behind-the-scenes film by Frédéric Tcheng has been anticipated as a happening that one, even those who are not devotees of fashion, cannot discard. Simply put, the beautiful clothes (and how they are made) are a big plus here but, in an age of reality television, the most captivating factor for the audience, from New York to Beijing, is to witness something that is very secretive and far from general sight: the backstage of a traditional couture house, still haunted by his founder, that is now under the artistic direction of a newcomer, the Belgian designer Raf Simons.
“Dior and I” explores the moment of Raf’s arrival (against the common practice in this business, he prefers to be addressed by his firs name) in April 2012, after the violent departure of John Galliano, and all the buzz around the deadline-driven first trial — just eight weeks to produce his first couture collection to be shown at Paris Fashion Week. He succeeded, we know that by this time, but the thrill is still on.
In Portugal this movie is released on September 10, but ModaLisboa (Lisbon Fashion Week) is promoting a special preview on the 8th at MUDE.
Não são muitos os documentários capazes de arrastar multidões até às salas de cinema, mas Dior e Eu, com estreia marcada em Portugal para 10 de setembro, tem contrariado a tendência. O filme escrito, realizado e produzido por Frédéric Tcheng criou à sua volta uma onda tal de antecipação que onde vai, de Nova Iorque a Pequim, não passa despercebido.
Para isso contribui, e muito, a crítica quase sempre favorável, que não lhe poupa elogios como “fascinante” ou “arrebatador”, mas também a adesão dos fashionistas, que não se cansam de o promover em todas as frentes. “Dior e Eu” ainda não é um objeto de culto; mas já é de desejo. Precisamente porque não se limita a piscar o olho ao universo da moda e consegue induzir na audiência, em tempo de reality shows, o sentimento de lhe estar a ser revelado algo que, por regra, se encontra apenas ao alcance de poucos, longe dos olhares indiscretos: os bastidores de uma casa de alta costura, que muitos ainda associam ao seu fundador, Christian Dior, em pleno processo de criação.
Só isso já seria o bastante para despertar a curiosidade geral (a alta costura continua a iludir, a fazer sonhar), mas o facto de o filme se focar na chegada de Raf Simons em abril de 2012 como diretor artístico, após a demissão de John Galliano, acrescenta-lhe tensão e dá-nos, enquanto espetadores, um motivo extra para torcer — por mais que, por esta altura, já saibamos qual foi o desfecho. Conhecido pelo seu estilo minimalista, o que lhe valeu desde logo a desconfiança de boa parte das costureiras virtuosas da casa Dior, o designer belga, que insiste em ser tratado pelo primeiro nome, teve apenas oito semanas para fazer a sua primeira coleção sair do papel e se apresentar na Semana da Moda de Paris.
Por cá, a ModaLisboa, cuja edição “The Timers” vai ter lugar no Pátio da Galé a 9, 10 e 11 de outubro, promove uma antestreia no MUDE, já no dia 8 de setembro, pelas 21:00.
Dior and I | Dior e Eu: written and directed by Frédéric Tcheng; produced by Frédéric Tcheng and Guillaume de Roquemaurel; director of photography, Gilles Piquard; music by Ha-Yang Kim; running time: 1 hour 29 minutes